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Homenagem da Escola de Minas às mães em seu mês

  • Publicado: Quinta, 12 de Mai de 2016, 10h46
  • Última atualização em Sexta, 13 de Mai de 2016, 10h11

A arte de conciliar o trabalho e a maternidade

Mel Iza Costa Augusto

 

Ser mãe é algo que está além de apenas ter o filho.  É, apesar de todas as possibilidades e dificuldades, cuidar, amar, abraçar, preocupar, admirar, acalentar... e também trabalhar! Inspirados nas mães que além de cuidarem dos filhos também trabalham, homenageamos todas as “mulheres-mães”, com uma entrevista com a professora Elisângela Martins Leal, engenheira docente da Escola de Minas e mãe da Gabriela, de 09 anos.

Professora Elisângela e sua filha Gabriela

EM - Há quanto tempo você leciona na Escola de Minas? Qual disciplina ministra e quanto tempo fica na Escola?

EML- Leciono desde 2014, vou completar dois anos e meio de trabalho aqui. Ministro Sistemas Térmicos, uma matéria que vemos na parte de mecânica, na qual estudamos equipamentos térmicos para geração de energia; também leciono Combustão e Cogeração, que engloba toda a parte de geração de energia, mas geração concomitante de energia: duas formas de energia a partir de uma.

 

EM - Qual sua formação?

EML- Sou formada em Engenharia Química na antiga Faculdade de Engenharia Química de Lorena, atual USP de Lorena. Fiz Mestrado e Doutorado na UNESP de Guaratinguetá em Engenharia Mecânica, na área de energia, e também fiz meu pós-doutorado em Mechanical and Aerospace Engineering, na Universidade da Califórnia, em Irvine.

 

EM - Quantos filhos você tem? Como foi a primeira vez que teve de deixar o bebê em casa e sair para trabalhar?

EML- Eu tenho uma única filha, que nasceu em dezembro de 2006. Na época, eu trabalhava no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Eu era jovem pesquisadora lá. Foi gratificante ter um filho, mas ao mesmo tempo foi muito difícil para mim. Ter que deixar minha filha com quatro meses de idade (porque a licença maternidade era apenas de quatro meses) e ir trabalhar, fazer grandes jornadas de trabalho para vê-la só no final do dia foi muito difícil, mas teve que ser, deixar acontecer – o trabalho é assim.

 

EM - Como você concilia o trabalho com a função de mãe? Quais as dificuldades? Você conta com o apoio de quem para conciliar as duas funções?

EML- É muito difícil porque ao mesmo tempo em que eu gosto muito do que eu faço, tem o lado da maternidade, eu amo muito minha filha e ela tem que ficar com outras pessoas. Eu tinha uma pessoa que me ajudava (uma babá), que era muito parecida comigo e a Gabriela começou a chamá-la de mãe, foi até engraçado.

 

EM - Você considera o fato de a mulher trabalhar fora de casa positivo para a educação das crianças?

EML- Eu acho que não, sinceramente. A mãe precisa ficar mais tempo com o filho, apesar de tudo. Mas o trabalho é atualmente um mal necessário, principalmente para quem tem um filho. Você vê o filho crescer, tem que participar da educação dele, mas ao mesmo tempo precisa trabalhar para manter a família – é algo necessário, mas, quando fazemos algo de que gostamos, isso é amenizado. Com certeza eu deveria ficar mais tempo em casa para cuidar melhor da educação dela, mas tem o lado profissional que pega (risos). É difícil falar sobre isso, porque o filho se espelha muito nos pais... Eu e meu marido estivemos muito presentes na vida da minha filha, mas eu muito menos que ele, por causa do trabalho em si, do quanto a profissão exige.

 

EM - Apesar das dificuldades em trabalhar fora e cuidar da educação dos filhos, qual a parte gratificante?

EML- A parte boa é que eu vejo que ela está crescendo, de certa forma, independente. Isso é bom, você deixa a criança respirar também, não fica o tempo todo em cima. Deixá-la respirar um pouco e vê-la crescer como pessoa, tentando fazer as coisas dela, as coisas que ela gosta é gratificante. Permite que ela aprenda e uma hora ela vai encarar o mundo.

 

EM - Qual sua sugestão para as mães que estão começando a viver a situação de ser mãe e ter que trabalhar?

EML- Tentar conciliar as duas coisas: nem tudo é só vida profissional e nem tudo é só vida maternal. E, além disso, ver os dois lados de maneira positiva. Uma é a profissional, você ter que batalhar, lutar, correr atrás, e outra é você como mulher, ter que oferecer suporte para o filho. Conciliar é difícil, e tem pessoas que se martirizam por isso, mas não tem só o lado ruim, tem o lado bom também. A maternidade é algo sublime, divino, algo que só a mãe sabe: todo o processo de gravidez, o filho nascer... é algo maravilhoso. E o trabalho também é algo bom, que vai te trazer satisfação, então é preciso tentar o meio termo.

 

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